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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

:: Viamão, pensada para o futuro ::

Antes dos partidos políticos, antecipo-me ao debate das questões municipais e faço-o em cima de Viamão, já que esta Kaduzópolis tem muito a ver com a Primeira Capital.

O que questiono em Porto Alegre, faço-o aqui. Ou seja, os candidatos precisam conhecer o município e ter propostas reais (nada de fantasia e virtualidades) para equacionar os problemas e resolve-los na medida dos quatro anos de administração.

Por isso tento chegar ao eleitor, para que comece desde já a preparar-se para o embate eleitoral quando ele terá na mão o documento transformador. Não importa que para muitos seja cedo demais discutir as questões que afligem Viamão. Faça-o agora no seu grupo de amigos, na mesa de bar, na volta da piscina, na comemoração do futebol, no churrasco do fim de semana, na escola, na universidade, enfim.

Que o debate se faça sem paixão partidária ou de candidato. Não discuta na base do Eu Sou... porque como diz o Canto de Ossanha, "o Homem que diz sou, não é, porque quem é mesmo, não diz", Viamão é uma cidade de muitas cidades, um município grande de muitas realidades e múltiplos problemas. Talvez seja o mais centralizado de todos e o seu Prefeito em nada se parece com os outros da região metropolitana.

O Governo de Viamão é feito de muitas propostas e certamente tem na sua área urbana uma gama enorme de pequenos problemas, que somados dão a dimensão do que é governar este município.

A área rural é diversificada, inclusive na topografia e a sede acaba ficando longe de algumas localidades a ponto de ser preciso viajar dentro dele para chegar ao distrito.

Viamão tem problemas urbanos que exigem competência de quem dirige para manter suas vilas, bairros e paradas com o mínimo de dignidade no uso da infra-estrutura. Ruas sem pavimentação, sem rede de esgotos, com dificuldade de abastecimento de água, iluminação, atendimentos de Saúde, Transporte e Educação. Estes bairros, vilas e paradas compõem um arquipélago cujas ilhas interligam-se de várias formas e na maioria das vezes precariamente.

Na área rural, largas são as distâncias e nela os vários grupamentos urbanos gritam por atendimento na mesma medida da urbana. Nestes, não é incomum que o mínimo de progresso fique longe. A água potável, o sistema básico de esgoto-cloacal-domiciliar, o telefone e o transporte coletivo.

Em Águas Claras a realidade é diferente de Itapuã e nestes conglomerados urbano-rurais o desenvolvimento se faz desordenado, apontando que no Futuro será impossível resolve-los sem uma intervenção custosa do poder público municipal.

Para administrar Viamão o Prefeito não pode deter-se no seu gabinete, tem que botar o pé na rua, na estrada e quando consegue resolver algo por aqui, ali e lá, acolá gritam outros por soluções administrativas.
Pensem nisso para eleger um Prefeito capaz e mais, que também seja competente para formar uma equipe dinâmica. Não invejo nem o Prefeito, nem os seus contendores.
Administrar Viamão é um desafio incrível porque o antigo e o moderno exigem ações, o velho e o novo pedem soluções.

Quando se passa pela rodovia nada vemos, mas ao pretender entrar numa parada, vamos ver o que está lá dentro. Volta-se á rodovia e de novo mais uma guinada e outra vez descortinamos os problemas de uma múltipla cidade de tantas outras.
Ao viajarmos por suas estradas interiores abrem-se horizontes sem fim, atravessamos campos, povoados, descemos da Serra para o litoral e parece que viajamos tanto sem mudar de município.

Tudo é Viamão, onde os sons mudam, os ritmos trocam, o ar esquenta e esfria. Os carros passam por carroças, gente que anda a pé, e outros no lombo de cavalo.

Caminhões e ônibus levam e trazem gente e produção em meio à poeira. A paisagem se altera na próxima curva, na próxima parada. E nesta gente cresce a vontade da liberdade em decidir o que é melhor para cada um e todos. Santa Isabel grita por liberdade e ao longe se ouve o eco de Itapuã, que também quer decidir o seu destino e crescer entre a Capital e Viamão.

Votar em Viamão não é o mesmo que votar em Alvorada ou Gravataí. É mais complexo.
Talvez por isso, o próximo Prefeito vá precisar de menos secretários e mais gerentes.
Pensem nisso!

João Garcia
* jornalista e radialista da Radio Guaíba e TV Record

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