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sábado, 15 de dezembro de 2007

:: Heu! Heu! A TV Lula se... danou! ::

O ex-cantor popular e hoje ministro Gilberto Gil debate com o ex-jornalista e também hoje ministro Franklin Martins: sonífero total.Ha ha ha ha! Eu só posso mesmo rir! Só posso mesmo rir e rolar no chão diante da pataquada populistóide mal-sucedida do governo Lula, do tremendo equívoco cometido pelas mentes "brilhantes" do time de comunicadores associados aos interesses lulistas na política nacional quando, numa manobra sorrateira e imbecil, jogaram sobre o colo da população essa novidade típica de uma República das Bananas: a TV Brasil.

Para quem não está entendendo nada do que estou dizendo, explico: há alguns meses, talvez influenciado pelo "sucesso" de seu coleguinha Hugo Chavez da Venezuela no esforço de tomada das comunicações naquele país, com o fechamento de uma emissora privada e sua substituição por uma emissora estatal, Lula vem defendendo a criação de uma tal de "TV pública" no Brasil. Na prática, o presidente queria uma emissora que, ao contrário das emissoras "normais", desse uma trégua nas reportagens sobre o chorrilho de denúncias em que seu governo vê-se cada vez mais embaralhado.


O governo federal vinha então desenvolvendo um debate sobre a criação desta emissora, mais ou menos da mesma forma que Chavez vinha desenvolvendo o debate sobre o referendo do terceiro mandato em seu país: um debate unilateral, cheio de maniqueísmo (quem defende as medidas é o povo, e quem as ataca só pode ser agente da burguesia exploradora norte-americana). Pois nos últimos dias ambos, Lula e Chavez, quebraram a cara.


Chavez perdeu o referendo. Ficou P da vida e chegou a chamar a vitória de seus opositores de "Vitória de M...". Ao Chavez, que age com uma inteligência equivalente à do personagem televisivo de mesmo nome, só posso repetir a frase do rei da Espanha: "Por quê não te calas?" Mas hoje não estamos mais falando do Chavez, cujos dissabores já são bem conhecidos e divulgados pela grande mídia. Estamos aqui para falar do Lula. E eu já vou entregar o "final do filme": Lula se ferrou bonitamente com sua TVzinha panfletária.


Lula criou essa tal de TV Brasil com a intenção... bom, com a intenção de ter uma emissora dócil ao governo. Isso é evidente. Ele até diz que é para "promover uma programação democrática comandada pelo povo e desvinculada de interesses particulares ou políticos". Ora... É evidente que isso é MENTIRA.


Se o povo pudesse falar mesmo através dessa TV, a programação falaria dos desvios de verbas do Bolsa Família, falaria de Mensalão, de Renan Calheiros. Provavelmente teríamos uma repórter nas ruas colhendo as opiniões do povo. Já até imaginei um nome para este programa: chamar-se-á "Boca no Trombone". É óbvio que a TV Brasil nunca mostrará uma coisa dessas.


Não existe TV "independente" a não ser, claro, uma que outra emissora pirata do interior. Ou as novíssimas emissoras de Web-TV que surgem por estes tempos. Mas as emissoras de TV são todas vinculadas a alguém. Simplesmente porque uma TV gera muitos custos para continuar no ar e alguém tem que pagar a conta: anunciantes, políticos, grupos de interesses. Obviamente, a TV não atacará essa gente.


Este processo de cabrestamento televisivo afeta, obviamente, a Globo, o SBT, a Band, a Record, todas as emissoras, inclusive a TV Brasil, que tem suas contas pagas pelo governo e portanto serve-o.


Tendo-se, então, a certeza de que não existe programação 100% neutra, resta-nos ao menos desejar uma TV que seja agradável a quem assiste.


Neste quesito, podem dizer que a Globo é direitista e o caramba. Mas eu não perco o AutoEsporte. Nem o programa do Jô. E o SBT? Podem dizer que é popularesco, que aliena o povo. Enquanto o Sílvio continuar passando Chapolim e Arquivo Morto, terá minha fiel devoção. Até a emissora do bispo Macedo, que tem a felicidade de exibir House e Monk, tem o meu aval. TV é entretenimento, cabe ao espectador filtrar o que é mentira e o que é verdade no noticiário. Quem disser o contrário só pode ser um grande ingênuo, um mentiroso muito do malandro, ou um retardado mental.


Seja como for, essas emissoras "burguesas" exibem programas de qualidade, para todos os gostos. Porque há quem goste de Ana Maria Braga - eu não, mas sei que há quem goste - e cada um vê o que quer. As TVs privadas funcionam assim: elas buscam exibir programas bons para atrair audiência, pois precisam disso para sobreviver.


O mesmo não pode ser dito da TV Brasil. Ah, eu esqueci de dizer: apesar de o governo defender "um debate amplo da emissora pública", a TV Brasil JÁ ESTÁ NO AR em alguns Estados, como São Paulo. Dane-se o povo.


Provavelmente esta tenha sido a concessão de TV mais rápida a ser liberada na história do Brasil. Conheço casos de concessões de rádio e/ou TV que estão tramitando na Anatel desde 1986, sem resposta ainda. A "TV Lula" não levou nem um ano. Mágica?


Bom. De qualquer forma, a caca já está feita. A TV PT... ops, digo TV Brasil, já entrou no ar e mostrou a que veio: seu primeiro programa foi uma mesa-redonda entre os ministros Gilberto Gil e Franklin Martins. Um programa de debate! Pois bem, eles foram ao ar debater essa história de TV Pública.


Agora, me digam se isso tem cabimento: dois MINISTROS de um governo que acaba de colocar no ar uma TV pública debatendo a própria TV pública, e o debate sendo transmitido pela TV pública em questão! Meu Deus! Eu posso estar enganado, mas debates normalmente ocorrem entre pessoas com posições diferentes, discordantes. Aquilo não foi um debate. Foi simplesmente o primeiro comício da campanha de 2010.


Pois não apenas o primeiro programa da TV Brasil foi uma total chatice, um debate entre dois elementos mancomunados, em perfeita coincidência de idéias, como também teve uma duração digna de um discurso de Fidel castro: 9 horas. NOVE HORAS! Haja saco!


O nível dos debatedores também pode ser colocado em questão:
Gilberto Gil, que até os anos 80 aparecia como artista engajado, inimigo dos regimes demagógicos, embarcou na canoa lulista e acabou Ministro. Chegando ao ministério, reclamou do salário (R$ 8.000,00 na época), dizendo ser baixo demais. E aí, eu pergunto: Gilberto Gil por acaso um dia parou para conversar com o coitado que varre a rua de sua casa e que ganha salário mínimo? Claro que não, porque ele, como bom "artista popular" que é, não deve conversar com essa gentalha do povo.


Franklin Martins é outra figura do mesmo tipo: jornalista, supostamente imparcial, foi acusado pelo articulista Diogo Mainardi (da Veja) de ter ligações com o governo do PT, com direito a ocupação de altos cargos por parentes do hoje ministro. Franklin Martins esperneou, gemeu, processou o Mainardi e negou suas ligações com o PT até o fim, para depois pegar esta "boquinha" no Ministério lulista. Muito coerente, né?


Em resumo, a tal de TV Brasil é isso aí: uma emissora sustentada pelo governo com o dinheiro suado do povo, criada para transmitir propaganda política do governo e promover a imagem deste time de malandros, hipócritas e nulidades que compõe o governo Lula (com raríssimas exceções) - talvez na esperança de que algum deles "brilhe" a ponto de tornar-se um sucessor adequado para o presidente-metalúrgico em 2010.


Porém o Povo, com P maiúsculo, não é completamente bobo e já começou a dar o troco: assim como Chavez, Lula não tem nem a metade do controle sobre a população que pensa ter. O primeiro programa da TV Brasil, esse que durou 9 horas, não chegou a ter mais do que 10 espectadores, ficando, na maior parte de seu tempo de exibição, com AUDIÊNCIA ZERO.


Bem feito. Tomara que seja sempre assim. Lula e seus asseclas podem botar o que quiserem no ar, podem até mostrar a bunda na TV. O povo não está nem aí.


texto original do Portal www.melhordetodos.com.br (Fábio Salvador)

Kadú Schwartzhaupt
www.kaduzopolis.com.br

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