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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

:: Kaduzópolis e as batatas ::

Recentemente em Kaduzópolis, ocorreu um confronto de idéias e posições antagônicas, em um dos lados estavam os que sempre governaram e acreditavam serem os melhores administradores e queriam ter o poder novamente, ouvia se dizer que os atuais lideres foram por eles ali colocados, para num momento oportuno, devolver-lhes o mandato.

O que ocorreu, porém, foi que os atuais mandatários não aceitaram esta tese e partiram para o confronto, só que não estavam acostumados com o povo de Kaduzópolis, e os que julgavam estarem ao seu lado no campo de batalha, na verdade queriam o retorno dos antigos dominadores, e conspiraram para isso.

Hoje faço uma análise quando releio o texto de Machado de Assis, e tomo emprestado uma parte de seu texto que consta no livro “Quincas Borba”, que é o que segue:

“O cão ouvindo, correu a cama. Quincas Borba, comovido, olhou para Quincas Borba:

— Meu pobre amigo! meu bom amigo! meu único amigo! (Cap. V)

Após ler este trecho, percebo que Quincas Borba estava correto, pois os únicos amigos, são realmente os caninos, e quanto mais conheço os homens mais admiro meus animais.

Nos textos Machadianos, O homem é menos valorizado, no Humanitismo, não significa nada; é falso, instável e fraco. Podemos notar isto nos seus personagens. Tudo é igual. Na luta pela sobrevivência quem vence é o mais forte. “Ao vencedor as batatas.”

Vejo que, Kaduzópolis esta neste ponto, todos querem as batatas, mas em breve mais uma vez ouviremos bem alto e bom tom: “Ao vencedor, as batatas!”, sabem por que? Porque todos querem mandar em Kaduzópolis, querem governar Kaduzópolis, só não sabem como vencer para chegar ao poder e fatidicamente fracassarão.

Sim. “Ao vencedor as batatas”. Depois da morte de Quincas Borba, Rubião sente-se dono das batatas. É um vencedor. As batatas, para ele, representavam riqueza, posição social. Não sabia ele que, na realidade, representavam, simplesmente, meras batatas. Não tinham valor algum. Seriam, apenas, o veículo de sua destruição. E ele que até então não entendera a exposição do filósofo, passa a compreender a fórmula:

— Ao vencedor, as batatas!

Então amigos, não percamos o norte pois a história já esta contada, a não ser que, as tribos venham a se unir e dividir "as batatas" mesmo correndo o risco de perderem alguns por inanição, mas garantindo assim a sobrevivência da espécie.

Kadú SChwartzhaupt

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