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segunda-feira, 9 de julho de 2007

:: O formador de opinião ::


Formar opinião é relevante porque gera confiança, adquiri adeptos desta ou daquela tese. Geralmente, os “Formadores de Opinião” são agentes políticos, agentes públicos, que adquiriram exposição e respeitabilidade por terem cumprido realizações notáveis ou ocupado cargos relevantes, no governo ou na iniciativa privada.

Quando eles se pronunciam, a sociedade ou segmentos dela aceitam seus pontos de vista como “verdades irrefutáveis, determinantes”. Esse gratificante “status” deve levar em conta o risco, a relevância e a responsabilidade do conteúdo da opinião emitida, já que decisões operacionais e estratégicas – pessoais ou organizacionais – serão influenciadas ou tomadas por essas mensagens, envolvendo-se recursos – materiais e emocionais – quantitativos ou qualitativos significativos.

Há, no grau extremo, o risco do “efeito lemingue ou manada”, onde ao exemplo do líder, o todo segue irrefletida e inconseqüentemente. Aí, é fácil sentir a responsabilidade e ética que a cadeia dos meios de comunicação deveria ter para uma construção positiva da sociedade. Trazendo isso para o ambiente da gestão política, é possível considerar o risco, presente ou futuro, envolvido. Portanto, o “Formador de Opinião” precisa ter em mente que sua decisão pode levar sua audiência a assumir riscos sensatamente inaceitáveis e de conseqüências imprevisíveis.

Veja o “Formador de Opinião” dizendo, inveridicamente, que determinado banco está em dificuldades? Segue-se uma corrida de saques e a inverdade pode tornar-se fato ou elevando artificialmente o valor econômico de uma ação, levando os poupadores/investidores menos experientes a aplicar seus recursos. Ou o “Formador" reconhecido que, por interesse particular, construa um cenário irreal do governo pelo simples interesse da continuidade? Ou mesmo a oposição ao difundir falsos propósitos ou difamações apenas para assumir o poder? Esses fatos podem até arranhar ou ameaçar a soberania nacional, a menos que estejam sendo armas para evitar conseqüências reconhecidamente maiores não aparentes. Deseja-se que essa postura seja exceção, não a regra. A realidade da globalização, que complexifica a percepção e a formação, amplifica seu impacto, pela dimensão geográfica e temporal.

Os grandes lideres protegem-se dessa influência mantendo sistemáticos diálogos estratégicos com equipes diretivea, estaduais e nacionais – que conhecem a realidade da situação politica regional -, geralmente acompanhados por Consultores externo de sua absoluta confiança, com competência e ética, o qual tem a obrigação de conhecer as informações locais do contexto. O Consultor tem a missão de captar o pensamento interno, relacioná-lo com o contexto externo e, imparcialmente, emitir sua opinião, seja ou não do agrado dos presentes.

O amaciamento deve ser dado na forma de dizer, não no conteúdo. Portanto, o componente ético que o formador de opinião precisa ter, deve estar presente também nos “informantes locais”. Mas há de se convir que, pelos fortes interesses subjacentes, embora quase sempre negado, serão poucos os que, diante da opção de preservar a ética ou perder o "poder" fiquem com aquela.

Quando na opinião emitida não estiver visível ou transparente o interesse subjacente, é conveniente que se questione com franqueza e objetividade, para fazer com que as decisões estratégicas sejam eficazes. Se o respeito ético for plenamente preservado, significativa será a poupança planetária, seja econômica, política ou emocional. Humberto Dalsasso, Adaptado.

Kadú Schwartzhaupt

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